Os efeitos da Alelopatia

A importância do ácido aconítico e o manejo das braquiárias.

 

As braquiárias são uma das principais pastagens utilizadas ao longo de todo o território nacional. Isso porque suas variedades se adaptam à uma boa quantidade de cenários em relação ao solo e ao clima.

Estima-se que elas chegaram ao Brasil junto com os africanos que foram escravizados, uma vez que eram utilizadas nos navios negreiros como colchão.

O capim do gênero Brachiaria ficou bastante conhecido a partir de 1950 e conta com aproximadamente 90 espécies. Ele é utilizado em todas as fases de produção de animais: cria, recria e engorda.

Além de ser muito utilizada na produção de gado, as braquiárias também possuem uma função muito importante na redução de pragas e ervas daninhas, por isso são utilizadas como cultura de cobertura.

Braquiárias e ácido aconítico

 

Após a cultura de soja ou nos consórcios de sorgo e milho, é muito comum a utilização da Urochloa ruziziensis, pois ela consegue reduzir espécies de plantas daninhas que resistem aos herbicidas. Utilizá-la é uma forma, também, de diminuir a quantidade de pulverização nas plantações.

Este efeito, chamado de alelopatia, é a capacidade que determinada planta tem de liberar substâncias que podem ser prejudiciais ou benéficas para outras plantas. E é exatamente isso o que acontece no caso da braquiária Urochloa ruziziensis.

                Através da liberação de ácido aconítico, chamado de AA, que se mistura com os efeitos da própria cobertura vegetal, a substância acaba impedindo a geminação das ervas daninhas e, assim, controlando sua proliferação.

 

Os efeitos da alelopatia

 

Esse ácido aconítico, liberado pela braquiária, afeta diretamente as funções vitais de outras plantas, como no caso da trapoeraba. Dessa maneira, atividades como fotossíntese, transpiração, nutrição mineral e crescimento acabam sendo prejudicadas, impedindo, assim, que ervas daninhas cresçam.

De acordo com um estudo realizado em solo com as braquiárias do tipo Urochloa ruziziensis, durante 5 anos, os efeitos alelopáticos se mostraram muito mais eficientes que a própria aplicação de glisofato, herbicida comum utilizado em plantações.

Dessa forma, além de ser uma alternativa viável economicamente para produtores e agricultores, as braquiárias acabam, consequentemente, aumentando tanto a produtividade da cultura quanto sua qualidade. Além disso, a Urochloa ruziziensis possui fácil adaptação ao solo.

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