Assisti outro dia a palestra do Dr. Eros Francisco e do Dr. Gelci Carlos Lupatini (IPNI), sobre adubação de pastagem.
Adubação de pastagem.
Quando se fala em adubação de pastagem, devemos pensar também na reação positiva na arroba do boi gordo.
Há 60 a 70 milhões de pastagens degradadas no Brasil, que afetam negativamente a pecuária de corte.
92% das amostras do nutriente P (fósforo) retiradas de várias localidades diferentes em todo o Brasil, demonstraram deficiência desse elemento e de nitrogênio (N).
Esses nutrientes são importantes para a melhora das condições do pasto.
Hoje em dia a agricultura demonstra maior avanço sobre a área de pastagem, diminuindo a oferta de animais e aumentando o custo dessa produção.
Os fertilizantes são incluídos como sendo os vilões de maior peso no custo de implantação da pastagem.
Fertilizantes e Pastagens.
A quantidade de fertilizantes utilizados nas pastagens é muito pequeno, uma vez que se intensifique esse uso para melhorar o solo e também as variedades de forrageiras.
Pastagens com alto grau de degradação, onde se encontra o solo com:
- Pequenas voçorocas;
- gramas invasoras;
- erosão por sulco.
Não tem como adubar, nessa situação crítica, o retorno da pastagem seria muito pequena.
Em casos como esse a reforma de toda a pastagem poderia positivamente modificar essa situação.
Solos com média ou baixa degradação, possuem possibilidade de recuperação total da pastagem via adubação, onde a mesma poderá gerar:
- Boa população de plantas em dez anos sem adubação;
Solos com média a baixa degradação, faltam a eles nutrientes como o nitrogênio (N), potássio (P) e enxofre (S).
Mas são solos onde não há quase nenhum vestígio de erosão e apresentam boa cobertura de plantas.
Recuperação Direta do solo.
Pastagens adubadas, tem melhores condições no final do período das secas e inicio do período das águas, principalmente com o uso de doses de nitrogênio (N), que auxilia:
- Na recuperação do solo.
Um exemplo disso é o da Braquiária Decumbens, que apresenta um aumento significativo de matéria seca.
Áreas que estão há mais de 10 anos sem adubação, possuem necessidade da adubação de formação, uma vez que não se trata da manutenção do solo.
A adubação de formação, utiliza-se doses mais altas de fósforo (P) e há também o uso de nitrogênio (N).
Há eficiência, utilizando-se um manejo adequado. Testes em solos arenosos com 10 a 12% de argila mostraram que:
- Quando se aumenta o nível de nitrogênio (N), em períodos de chuva, a eficiência cai, isso é visto na produção.
- Por essa razão as doses de P2O5 (fósoro) devem ser sempre maiores do que as de nitrogênio (N).
Braquiária Brizantha Marandu
Essa variedade de forrageira possui excelente resposta a adubação, melhor do que a Decumbens.
A Sementes Bioseeds trabalha com inúmeras variedades de Brachiárias.
Em áreas com baixa degradação ou total falta de adubação podemos utilizar da calagem, sendo mais exigente em correção de solo.
Usa-se a calagem para manutenção V=50% para pastagens.
De toda forma, a calagem fornece os nutrientes cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Após as primeiras chuvas já existe uma resposta da pastagem a essa manutenção.
Portanto a adubação:
- Controle de plantas invasoras;
- Boa resposta N, P, K (Equilíbrio);
Normalmente em áreas de baixa degradação, são áreas sem erosão, que faltam nutrientes, mas possuem boa população de plantas, da cobertura e poucas plantas daninhas.
Atenção ao Enxofre (S)
Solos com baixa quantidade de matéria orgânica, possuem limitação de enxofre, que dificulta a resposta da planta a adubação.
O enxofre é mais limitante do que o potássio(K) em áreas de pastagem não adubada ou degradadas, por isso lançamos mão do nitrogênio(N) e potássio(K) para auxiliar.
Após a adubação:
Recuperação + rápida e taxa de acúmulo maior quando começa a chover.
Testes em solos arenosos, mostraram que a forragem e as arrobas aumentaram cerca de 60 a 90% em relação ao pasto novo.
Assim o produtor pode avaliar a taxa de lotação, percebendo que se houve adubação e após três meses a taxa de lotação dobrou, está excelente para o primeiro ano essa resposta.
Áreas degradadas
Em áreas degradadas a adubação é o primeiro pensamento que deve se manifestar.
Em áreas que houver a necessidade de mudar a espécie forrageira deve haver:
- Planejamento completo – Se há necessidade de mudanças nas cercas ou no formato do pasto;
- Conservação do solo com terraço;
- Calagem e gessagem – Incorporação do calcário para controle de plantas invasoras;
- Preparo do solo;
- Adubação adequada;
- Semeadura cuidadosa – Zelando pela boa população de plantas, gerando assim uma excelente pastagem.
O manejo adequado, aproveita o pasto e trás o retorno da adubação. E isso é fundamental.
Seja o pastejo rotacionado ou pastejo contínuo sem o manejo, todo o planejamento pode vir por água a baixo.
Benefícios da adubação
- Maior ritmo de crescimento e resposta rápida da pastagem;
- A produção de forragem aumenta muito;
- Maior atenção em relação a altura e ajuste da taxa de lotação.
Caso aconteça de perder o controle do manejo, faça roçadas para a recuperação da pastagem. Muitas vezes acontece de não conseguirmos baixar o pasto, por isso não abra mão da roçada.
Normalmente o capim deve estar a uma altura mínima de 20 cm e mais próximo dos 30 cm de altura, para dar entrada dos animais.
Não tenha receio em utilizar a régua de pastagem e anotar a altura do capim de seus piquetes, dessa forma haverá melhor “colheita” do pasto adubado e da forragem produzida.
Quando os animais pastam em uma área de qualidade, essa colheita se transforma em carne, para que a venda gere lucros que paguem o investimento feito sobre a pastagem.
Mas não tenha em mãos apenas a pastagem, faça uso da suplementação concentrada (ração), que irá potencializar o ganho e a terminação de novilhos.
As forrageiras anuais também respondem bem a adubação, um exemplo é o milheto, que auxilia na recuperação do solo e pode ser utilizado para a pastagem de animais.
Investimento em adubação.
Investir em adubação é colher bons frutos, acertar com mais facilidade principalmente procurando um auxílio técnico.
Em propriedades médias e grandes, pode-se começar com 5 ou 10% da propriedade, melhorando o manejo e a condição do pasto.
Procure áreas estratégicas para começar o processo.
Não há necessidade de fazer em toda a área adubação de um só vez, evite a falta de animais, uma vez que não poderá colher a forragem.